INTERFERÊNCIA DA PETROBRAS
Feplana critica artificialismo nos preços da gasolina com impacto sobre a cana
Nesta quarta-feira (16), passa a valer os novos valores dos combustíveis adquiridos pelas distribuidoras de gasolina de combustíveis no país (gasolina tipo “A”). O anúncio foi feito pela Petrobras. Apesar da alta com base na intervenção da estatal, os preços do combustível fóssil continuam defasados com relação aos comercializados no mercado internacional. O déficit é de cerca de 20%, nos últimos 8 meses, comparado ao mercado internacional. Isso é resultado do fim da política de paridade de importação (PPI), então, praticada até abril, e ajustava o preço dos combustíveis com base no dólar e petróleo no exterior. Mas com a mudança, a Petrobras tem afetado inclusive no preço e na competitividade do etanol e açúcar, com efeito na cana e na cadeia sucroenergética - setor que aposta nos combustíveis renováveis.
A Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana) critica a nova política pelo artificialismo e os danos gerados.
Paulo Leal, presidente da Feplana, conta que, não é só a incerteza que incide nos retornos dos investimentos. Mas também, os altos investimentos que são realizados no canavial, tanto para a sua implementação como para o seu custeio. Mas, principalmente, os prejuízos que possam vir com a falta de políticas que dê a previsibilidade e a necessidade para os investimentos na produção do canavial como na produção do biocombustível. Ele explica que o dano ocorre porque a formação do preço da cana depende dos valores comercializados não somente pela cana diretamente, mas sobretudo através dos produtos derivados como o açúcar e o etanol. "Assim sendo, quando o governo federal abandona o PPI, o prejuízo com a mudança é certo para nosso segmento devido tal artificialidade na composição dos preços da gasolina", destaca Leal.
Os prejuízos seguem em cadeia. Gera insegurança para os canavicultores e para os industriais do açúcar e etanol. Ambos, fizeram seus investimentos com base na política agora abandonada. Tal imprevisibilidade com essas mudanças, nada sólidas, afeta significativamente a todos do setor. Portanto, o artificialismo no preço dos combustíveis fosseis e toda essa imprevisibilidade gerada em detrimento dos combustíveis limpos e sustentáveis são um contrassenso do governo federal, sobretudo porque tem na centralidade do discurso o combate ao aquecimento global e as mudanças do clima. É preciso retomar o PPI e criar medidas que apoiam o biocombustível.